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A baía de Sepetiba, mais especificamente, o Porto de Itaguaí, será o endereço de quatro embarcações peculiares para o setor elétrico brasileiro por 44 meses. É que 48% do leilão simplificado de contratação de térmicas, realizado no ano passado estará concentrado nesse local por meio de usinas flutuantes da empresa turca Karpowership, que venceu a licitação.

Serão 560 MW de potência divididos entre um navio de 255 MW, outros dois de 115 MW e um último de 75 MW, todos serão abastecidos por um navio – esse mais conhecido dos brasileiros – que trará o GNL importado. De acordo com o projeto, essas unidades estarão ancoradas a 3 km de distância do litoral sendo conectada ao SIN por meio de uma linha de transmissão de 12 km de distância em 138 kV na subestação de Furnas no Distrito Industrial de Santa Cruz.

O diretor de projetos da Karpowership no Brasil, Gilberto Bueno, comentou que a primeira embarcação de 115 MW já está no país, no porto de Angra dos Reis, em uma área alfandegada. As demais três estão a caminho do país, quando estiverem por aqui será feito o processo de internalização para que as unidades possam ser instaladas. “A mobilização e desmobilização dessas unidades de geração é feita de forma rápida e sem impactos ambientais, por isso que conseguimos ganhar o leilão e colocaremos essa capacidade no prazo do leilão”, comentou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.

A maior das unidades é totalmente nova e estava em produção quando foi realizado o leilão. Até porque uma unidade dessas demora cerca de dois anos para ficar pronta. Outra unidade nova estava disponível e mais duas são usadas, mas já passaram por um processo de revisão geral, ação que ocorre todo final de contrato em estaleiro.

Esses 4 contratos assinados pela empresa são os primeiros fechados pela empresa turca na América do Sul, que quer usar a base de atuação no Brasil para expandir seus negócios no continente. Até porque a companhia atua também na geração por meio de fontes renováveis, na Europa possui ativos solares e até geotérmicos.

Sobre a operação dessas embarcações, Bueno comentou que a flexibilidade é de 80%, a geração dependerá basicamente da demanda e da ordem de despacho vinda do Operador Nacional do Sistema Elétrico. A previsão é de que os navios demandem de 15 a 20 recargas de GNL ao longo do contrato. Mas, esse volume pode ser diferente a depender do número de horas que essas usinas flutuantes serão solicitadas a gerar.

Para a energia chegar à SE Furnas em Santa Cruz, serão quatro torres no leito da baía, na área portuária. Uma tecnologia que já é usada e conhecida por aqui, se assemelha bastante ao que há no leito do rio Paraná, por exemplo. Outro destaque que Bueno reforça é a economia de espaço que esses navios proporcionam já que uma planta equivalente de térmica tradicional em terra ocupa um espaço significativamente maior. Segundo dados da empresa, um navio da frota da empresa com 156 MW de potência instalada ocupa uma área em água de 5 mil metros quadrados, para efeitos de comparação, uma UTE com 60 MW está instalada em 60 mil metros quadrados.

“Temos estudos que não há impactos ambientais quanto à qualidade da água, do ar e nem poluição sonora, estamos em um local industrial que já tem um nível de ruído que não será afetado pelas operações de nossas usinas”, acrescentou.

A empresa foi fundada em 1948, mas passou a atuar em energia no final da década de 90 e nessa modalidade de geração embarcada desde 2011. Atualmente possui 36 navios. Ao total são 6 GW contando todas as usinas que opera. Na avaliação do executivo, a crise criada com a guerra na Europa pode criar boas perspectivas de expansão, apesar do aumento do preço do gás natural em todo o mundo pelo aumento da demanda verificada como forma de substituição ao gás russo.